Desde 2010 invisto em tecnologia com um propósito muito claro, não compro aparelhos isoladamente, integro diferentes ferramentas que, quando bem indicadas e bem aplicadas, somam segurança, conforto e refinamento ao tratamento do paciente. A tecnologia é útil, sim, mas só quando faz sentido clínico. Não é atalho para resultados, faz parte de um raciocínio médico criterioso.
Nos últimos anos houve uma grande expansão de equipamentos e tratamentos. Isso é positivo quando traz inovação de qualidade; é problemático quando vira produto de marketing. Vejo com preocupação ofertas genéricas, protocolos vazios e promessas amplas que não se sustentam. Tecnologias não são “curas” universais: cada aparelho age sobre aspectos muito específicos. Sem diagnóstico cuidadoso e avaliação clínica, qualquer terapia tem baixa chance de ser eficaz.
Para mim, o ponto de partida é sempre o diagnóstico. Avalio todas as alterações presentes e os desejos de cada paciente. Só então escolho a ferramenta adequada, e muitas vezes combino tecnologias para potencializar o efeito. Essa integração vem da prática clínica e do desenvolvimento de protocolos, ao longo de mais de 15 anos elaborei e refinei métodos próprios, alguns desenvolvidos em parceria com instituições de pesquisa e fabricantes de confiança. Essa colaboração acadêmica e técnica não é marketing, é garantia de que estamos na vanguarda, com protocolos testados e base científica.
É fundamental lembrar que os equipamentos são operador dependentes. A mesma máquina, em mãos diferentes, produz resultados diferentes. Por isso, investir em tecnologia também significa investir em equipe treinada e em protocolos padronizados. Na minha prática, não basta ter o equipamento mais moderno, é preciso calibrar, dosar e combinar aquilo que o paciente realmente precisa. Essa responsabilidade é minha, por isso eu e minha equipe atualizamos rotinas, realizamos treinamentos e documentamos resultados.
Como aplico as tecnologias na rotina clínica? Penso em quatro momentos: tratamentos isolados, adequação pré-operatória, suporte imediato e manutenção. Alguns pacientes não necessitam de cirurgia; ofereço tratamentos clínicos quando indicados. Na adequação, uso recursos que melhoram a qualidade dos tecidos e tratam anormalidades que a cirurgia não corrige. No suporte imediato, priorizo tecnologias que aceleram a recuperação, reduzem dor, edema e risco de infecção. Na manutenção, proponho protocolos que prolongam e preservam os resultados ao longo do tempo. Em todos os momentos, a indicação é personalizada, não existe “protocolo para todo mundo”.
Tenho postura clara sobre o que não faço. Não uso tecnologia como ferramenta de marketing, não prometo milagres e não aplico tratamentos apenas por modismo. Se um equipamento aumenta o tempo cirúrgico, implica custo adicional ou não traz vantagem clara, eu explico e opto por não indicar. Transparência faz parte do tratamento. O paciente merece saber por que eu proponho algo e também por que, às vezes, proponho não usar.
A integração entre técnica cirúrgica e recursos tecnológicos é, para mim, uma via de mão dupla, a cirurgia bem feita reduz a necessidade de complementos, e as tecnologias bem aplicadas elevam a previsibilidade e o refinamento do resultado. Esse equilíbrio é fruto de experiência clínica, protocolos testados e constante atualização profissional. Não é roteiro de venda, é prática médica baseada em critérios.
Meu compromisso é com a medicina de excelência. Continuo desenvolvendo protocolos, avaliando evidências e adaptando rotinas para que cada indicação seja a melhor para o paciente à minha frente. Mais do que seguir tendências, crio caminhos que funcionam na prática clínica, seguros, claros e coerentes com a expectativa real de quem procura cuidado.
Se você leu até aqui, já tem uma boa ideia de como penso sobre tecnologia na cirurgia plástica, ferramenta com propósito, indicação fundamentada, execução cuidadosa e responsabilidade profissional. É assim que trabalho e é assim que acredito que a medicina deve ser praticada.